
Euler, que assumiu o comando da agência no fim do ano passado, deu a declaração em conversa com jornalistas no Mobile World Congress (MWC), maior evento de tecnologia móvel que acontece nesta semana em Barcelona, na Espanha.
O 5G deve oferecer velocidades de transferência de dados 20 vezes maiores do que o 4G, um tempo de resposta baixíssimo entre a troca de informações e permitir a conexão de diversos aparelhos sem que a rede seja congestionada, como ocorre hoje com o 4G e outros tipos de conexão.
O presidente da Anatel voltou a afirmar que não deve conduzir uma licitação com viés arrecadatório e, sim, exigir que as operadoras vencedoras cumpram exigências de qualidade.
"Ao consolidarmos o ecossistema, o que se gera de receita direta e indiretamente é muito maior do que no momento do leilão", acrescenta.
Ele afirmou, porém, que haverá alguma cobrança pelo espectro. "Não vamos doar espectro como é feito na China", diz.
A faixa a usada inicialmente para a implantação do 5G no mundo é a dos 3.5 Gigahertz. Uma fatia dela estará no pacote a ser licitado pela Anatel. Euler, no entanto, afirmou que o leilão pode combinar ainda outras parcelas das faixas 2.3 Ghz e 700 Mhz.
As faixas de frequência funcionam como grandes avenidas aéreas pelas quais trafegam dados de internet. Só que nem toda a avenida pode ser utilizada por já estarem ocupadas por outras tecnologias ou para evitar interferência. Alguns serviços podem ser transmitidos apenas em determinadas faixas dessas vias.
Dentro da faixa de 3.5 Ghz, há uma fatia de 200 Mhz a ser leiloada. Já dentro da faixa de 2.3 Ghz, há uma fatia de 100 Mhz. Já na faixa de 700 Mhz, há duas fatias de 10 Mhz.
Segundo Euler, a particularidade do tamanho das faixas vai forçar a Anatel a moldar o leilão de dois blocos de 100 Mhz, o que poderia gerar menor competição entre as quatro maiores operadoras (TIM, Claro, Vivo e Oi), ou de quatro de 50 Mhz, o que incentiva a competição, mas limita o potencial do 5G.
A adição das outras faixas ao leilão, diz Euler, dará a oportunidade de as operadoras se lançarem no 5G ou de consolidarem suas operações de 4G.
"Eu creio firmemente que o Brasil não pode demorar a entrar nessa questão. Com o 5G, as próprias cadeias de manufatura de outros setores vão mudar e isso pode significar uma vantagem comparativa para o Brasil muito grande, tanto no segmento do agrobusiness, que representa 23% do nosso PIB, quanto também na nossa indústria, que encolheu bastante, e pode receber um impulso grande", concluiu.
FONTE- Portal UOL
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